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sexta-feira, 20 de junho de 2008

PF prende 38 pessoas em MG durante operação

Polícia

Ney Rubens Direto de Belo Horizonte

A Polícia Federal fechou diversas prefeituras nesta manhã em Minas Gerais para cumprir mandados de busca e apreensão da Operação João de Barro, cujo objetivo é detectar pessoas envolvidas em um esquema de fraudes em licitações com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo a PF, por volta das 15h deve chegar ao Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, um avião que trará 38 pessoas que foram presas no interior de Minas, além de documentos e computadores.
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Das 119 prefeituras que teriam envolvimento no esquema, 114 são em Minas Gerais. Divinópolis, Juiz de Fora, Itaúna, Ribeirão das Neves e Contagem são alguns dos municípios que tiveram as sedes ocupadas pela PF. Ainda de acordo com a Polícia Federal, em pelo menos cinco cidades houve prisões: Belo Horizonte, Caratinga, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Lagoa Santa. A prefeitura de Caratinga informou que não tem conhecimento da atuação da PF na cidade.
Na sede da Polícia Federal, em Belo Horizonte, dois quarteirões foram interditados durante a madrugada para o controle dos carros que chegavam com documentos e pessoas investigadas.
No bairro Belvedere, os agentes da PF prenderam o lobista identificado João Carlos. No apartamento dele, foram encontrados R$ 43 mil em cheques e R$ 142 mil em dinheiro. Ele está na sede da Polícia Federal, para onde serão levados os outros detidos.
Mil policiais federais participam da operação em sete estados e no Distrito Federal. Foram cumpridos também 231 mandados de busca e apreensão.
Segundo o MGTV, a assessoria de imprensa da prefeitura Contagem informou que os documentos foram entregues à PF e que a prefeitura já está funcionando normalmente. Em Juiz de Fora, a administração municipal informou que não vai se manifestar sobre a operação.


A prefeitura de Divinópolis informou que os trabalhos da PF estão sendo feitos com tranqüilidade. A administração de Itaúna afirmou que a cidade não recebeu recursos do PAC.
Redação Terra

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília
O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, David Salem, afirmou nesta sexta-feira (20) que os deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG) estão sendo investigados na Operação João de Barro por corrupção passiva, concussão e tráfico de influência.

A operação da PF investiga um esquema de fraudes desvio de verbas de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para construção de casas populares. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete deles nesta sexta-feira. Salem explicou que não foi pedida a prisão dos parlamentares porque não seria possível fazer prisão em flagrante de ambos.
Outro lado
O deputado João Magalhães disse ao G1 ter sido surpreendido pela operação da PF. Ele afirmou que não participa de nenhum esquema e que as obras beneficiadas por suas emendas parlamentares são alvo de fiscalização da Caixa Econômica Federal. "A Caixa faz a vistoria de todas as obras. Essa denúncia é coisa de algum lunático."

Em nota divulgada à imprensa no começo da noite desta sexta, o deputado federal Ademir Camilo (PDT-MG) diz repudiar "toda e qualquer ação que possa envolver ilícito" e se coloca à disposição da PF e da Justiça para prestar mais esclarecimentos. No documento, o deputado diz que "como homem público, tem o dever de prestar contas à opinião pública". Na nota, ele diz que estaba em Belo Horizonte, mas foi até Brasília quando a operação teve início. Além disso, afirmou que "todos os requerimentos de responsabilidade do deputado, objeto do PAC, são ou serão objeto de licitação pública, sendo que a liberação, a autorização e a ficalização destes recursos cabe aos órgãos públicos compententes e que a responsabilidade por estas contratações é do município [Teófilo Otoni]".

TCU
Segundo o superintendente da PF, “a busca foi feita para encontrar mais elementos, para poder amanhã, de forma mais firme, levar a uma ação penal e a Procuradoria Geral da República poder fazer a denúncia”.
Salem afirmou que os envolvidos no esquema realizavam ótimos projetos, mas faziam execuções mal-feitas para dividir parte dos recursos. “Verificou-se que o baixo padrão das obras estava se traduzindo em desvio de verbas públicas”, afirmou. Um dos braços da quadrilha atuava com a execução de emendas parlamentares e o outro por meio de empréstimos de bancos públicos. A investigação do esquema pela PF começou no início de 2006 após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter encontrado irregularidades em obras em 29 cidades de Minas Gerais. No final, a PF descobriu que o esquema atua em 119 municípios mineiros. Até as 13h, 26 dos 38 mandados de prisão já haviam sido cumpridos. Três dos presos são funcionários públicos que trabalham no governo federal, sendo um do Ministério das Cidades, outro da Secretaria do Tesouro Nacional e um da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Foram expedidos também 231 mandados de busca em sete estados e no Distrito Federal. Além de parlamentares, estariam envolvidos no esquema prefeitos, funcionário públicos e empresários.De acordo com Salem, as investigações continuam. Nesta segunda fase serão abertos 200 inquéritos, um para cada projeto suspeito. As obras que estão sob suspeita de irregularidades têm orçamento de R$ 700 milhões. Entre as obras, algumas fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Sem foco político
O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a operação da Polícia Federal tenha motivação política.

“Quero deixar claro que todas as buscas e mandados de prisão não têm nenhuma destinação a alguma região específica ou mira qualquer facção política. O governo quer reafirmar que operações são normais e vão continuar, porque queremos combater a corrupção”, disse o ministro.

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